Pensamentos...

Quantas chacinas precisaram acontecer?


Monstruosidade, isso foi o que aconteceu na pequena cidade de Lajedo, no interior de Pernambuco. Um homem mata uma quatro pessoas. As vítimas, a ex-mulher Rosilene Ermínia da Silva, de 32 anos, a filha dela com o suspeito, de apenas 8 anos foram assassinadas a facadas e estupradas. Além de mais duas crianças, filhas de Rosilene, mortas afogadas. O cenário dessa chacina foi uma casa pequena, simples. Ao redor vários vizinhos, que afirmam que não ouviram nada. Nenhum grito? Nenhum pedido de socorro? Algo poderia ter sido feito?

O acusado, Luiz Lopes da Silva Neto, de 41 anos disse que matou a ex mulher em legitima defesa. De acordo com o suspeito Rosilene teria pego uma faca para matá-lo. Quando foi questionado o porquê de ter matado as crianças, o acusado diz que perdeu a cabeça. Nada pode explicar uma barbaridade dessas. Absolutamente nada!

Além da monstruosidade, outro ponto deve ser destacado nessa história. O criminoso trata-se de um ex presidiário. Luiz Lopes foi preso em 2006 por tentativa de homicídio e estupro. A vítima uma ex companheira.  Luiz Lopes foi condenado a 10 anos e 8 meses de prisão, cumpriu apenas 1/6 da pena e foi posto em liberdade.

“Quanto à remição requerida, observa-se que o réu trabalhou 132 dias no período de janeiro de 2008 e julho de 2008. [...]. Preso em 20.12.2006, progrediu ao regime semi aberto em 26.02.2209, encontrando-se em reprimenda desde então. [...] Portanto, encontra-se apto para cumprimento em regime menos rigoroso.” (Processo n° 2007.0028.001505-2ª VEP)

O réu encontra-se apto a viver em sociedade.  Isso é o que diz o processo. Não os fatos. O fato é que Luiz Lopes trabalhos alguns dias na penitenciária, teve um bom comportamento e poderia voltar a viver no convívio social. É necessário que a Justiça reveja as condições necessárias para colocar um criminoso novamente em liberdade. Trabalhar e bom comportamento não são o suficiente para um individuo ser ressocializado.

Para muitas dessas pessoas, é inconcebível que ladrões, estupradores, homicidas e outros criminosos, após apenas uma parte de sua pena, descansem em casa, ou voltem a cometer os mesmos crimes. É preciso rever algumas situações. O que não pode são vidas serem tiradas de maneira brutal. É necessário lei mais justas. Sistemas que realmente ressocializem.  O que não é mais aceitável são erros como esse. Casos como de Lajedo não podem mais acontecer. Sair das cadeiras confortáveis dos altos cargos e ir a luta por leis mais justas é o que deve ser feito pelos que governam o nosso País. E a pergunta é o Juiz que colocou esse assassino em liberdade, será que tem a consciência tranquila?

Amor ultrapassa simples respostas e frases feitas

Como você sabe que me ama? Pergunta complexa e simples ao mesmo tempo. A Minha resposta foi: “Eu sinto que amo você”. Mas, depois de refletir um pouco, e tudo na vida precisa de reflexão, senti a necessidade de dizer mais. Não se pode responder a essa pergunta com uma simples frase. Precisa muito mais que isso. Gestos, palavras, olhares...

Amor ultrapassa simples respostas e frases feitas. Amor é olhar o outro e se ver nele. São pequenas e grandes escolhas feitas a cada dia. Tem que ser construído com alicerces sólidos para que nenhum problema/ tempestade possa abalar essa estrutura. È muito mais que um simples “eu te amo”. È renúncia. È saber dividir. Dividir escolhas, alegrias, tristezas, problemas, enfim dividir a vida.

È substituir o “eu” pelo nós. Nós somos felizes, cúmplices, amantes, amigos, companheiros. Amor com paciência. Amar o outro mesmo com suas limitações e defeitos. É ver a pessoa que amamos errar e mesmo assim olhar para ela com olhos de perdão, de recomeço.

Todo relacionamento é o constante exercício de amar e ser amado com a experiência do respeito. Nossa capacidade de amar está quando não queremos mudar o outro e submetê-lo as nossas vontades egoístas, é amar o outro como ele é. È quando ele não tem nada a dizer, que erra, que não está nos primeiros lugares, e mesmo assim, você o ama - por tudo isso você o ama.

Depois de refletir sobre tudo isso a minha resposta é a seguinte. Amo você pelos gestos, palavras, atitudes. Pelo sentimento puro e límpido que sinto todos os dias. Pela saudade quando você não está por perto. Por ter a sensação de que você sempre esteve aqui, sempre fez parte da minha vida e que sem você ela não será a mesma.

Amo pelas qualidades e pelos defeitos. Sinto a necessidade de proteger você todo o tempo, de fazer você feliz. Amo você, mesmo quando você precisa ser firme comigo, porque é aí que percebo que sou amada. Porque quem ama, ama além da superfície.

P. S. "Amor", o amor nos colocou num destino único. Esse sentimento só passa uma vez na vida, e foi com você que ele veio.

AS DORES QUE ASSOLAM O MUNDO


Na minha rotina de jornalista me deparo com diversas situações. Alegrias, tristezas, desastres são apenas alguns dos enredos que conto. Confesso que muitas vezes é difícil me manter distante das dores que assolam a vida de tanta gente. São pessoas comuns, que lutam, trabalham, sorriem e sofrem, mas não perdem a força.
 
Um fato em especial me tocou bastante. Um avô por um acidente acaba matando seu neto de apenas dois anos. Ao chegar em casa após um dia de trabalho o avô, que também é pai do menino, coloca o carro na garagem e provoca um acidente que mudará para sempre sua vida.  O neto corre ao encontro do avô e acaba sendo empurrado contra a parede. O garoto morre devido a uma hemorragia interna. Foi questão de segundos. Tempo que esse personagem gostaria que voltasse atrás, para fazer tudo diferente. Mas, nem sempre é possível voltar atrás.

Quando perguntei a esse homem simples sobre o menino ele me responde: “Ele era meu neto era meu filho, minha vida, meu coração”. Palavras que até agora não saem da minha cabeça. Como entender uma situação dessas? O que dizer a uma pessoa que acaba de perder seu “coração”? Aqui não há o que explicar, não há o que argumentar. Palavras não bastam para aplacar a dor. É necessário muito mais.

Muitas situações sempre me fizeram pensar porque determinadas coisas acontecem. Eu ainda não entendo o porquê dessas questões. Mas, é nesse território cheio de mistérios, que encontramos força para endireitar nossos caminhos. Aprender a reconstruir. Temos esse poder de seguir adiante mesmo quando tudo parece estar perdido.