Até onde vai a busca por um corpo perfeito? Cada vez mais homens e mulheres são atraídos por um padrão de beleza ditado pelos meios de comunicação. Curvas e músculos são os objetivos de quem almeja sucesso e felicidade. Ou auto-afirmação. Deparamo-nos com um desfile de corpos perfeitos. Pessoas (aparentemente) perfeitas.
E em busca dessa tal beleza vimos essa semana em muitos noticiários, que essa busca não tem limites. Depois de uma reportagem de capa da Veja sobre o uso do medicamento Victoza, também conhecido genericamente por liraglutida, ganhou popularidade no país. O remédio é utilizado no tratamento para pessoas com diabetes tipo 2, mas estaria sendo usado por muita gente para emagrecer. Uma perda de peso instantânea e sem sacrifícios.
O produto é composto de duas ampolas e o custo é em torno de 350 reais. Apesar da necessidade da apresentação de receita médica, não é obrigatório por parte da farmácia, a apreensão do documento. O medicamento ganhou muitos adeptos.
A preocupação com a saúde parece não estar em primeiro lugar na busca de quem almeja curvas perfeitas. E a mídia é uma das principais responsáveis por isso, se não a maior. O culto ao corpo e o excessivo consumo de produtos de beleza estão sendo veiculadas diariamente nas nossas televisões, revistas, jornais – eles estão bem ali, onde nos possamos ver.
Contudo, essas propagandas estão tentando o tempo todo vender o que não está disponível nas prateleiras: sucesso e felicidade. Isso vem como com o que temos dentro de nós e não fora. A materialidade não nos dá subsídios para sermos felizes. Precisamos repensar nossos valores.
É necessário que nossa sociedade abra a mão do ter e queira ser. Ser gente de carne e osso. De alma. Porque um espírito forte é o que nos traz a verdadeira felicidade. E essa não nos traz o vazio do tempo quando as formas já não estão mais no lugar. A busca pelo crescimento do espírito nos traz o encanto do passar do tempo.
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