terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Em PE, perícia confirma que empresa operava sob esquema de pirâmide


Delegado Carlos Couto (esq.) deu detalhes do
laudo que comprova que a Priples operava sob
esquema de pirâmide (Foto: Lorena Aquino/G1)

O delegado do Ipsep, Carlos Couto, deu detalhes, nesta terça-feira (21), sobre o laudo pericial contábil que apontou que 99,9% das receitas da Priples, empresa suspeita de pirâmide financeira, advinham de seus usuários. De acordo com o documento, dos mais de R$ 103,6 milhões de lucro arrecadados em apenas três meses de funcionamento da companhia, apenas R$ 80 mil eram provenientes de receita própria, oriunda de uma renda obtida com tráfego de dados na internet.

O laudo foi elaborado pelo Instituto de Criminalística e enviado, no início do ano, para a 9ª Vara Criminal do Recife. Com o texto, fica comprovado, por meio de provas técnicas, que a Priples não poderia oferecer, como prometia, um retorno de 60% dos valores investidos inicialmente pelos colaboradores. A última parte do processo se encontra no Ministério Público de Pernambuco.

"Com isso, agora, nós exaurimos o nosso trabalho. Essa seria a última tarefa, a prova técnica, agora acho que encerramos a participação", explica o delegado Carlos Couto, responsável pelas investigações. O inquérito do caso, que corre em segredo, foi instaurado em abril de 2013 e remetido à Justiça em agosto do mesmo ano.

O caso das Priples é o primeiro em que se conseguiu agregar provas técnicas que comprovem o esquema de pirâmide. As informações que resultaram no laudo pericial contábil só foram obtidas com a apreensão dos três livros-caixa da empresa, no começo de agosto de 2013. A Priples começou a funcionar em abril do ano passado e atraiu cerca de 210 mil pessoas.

Entenda o caso
Os donos da Priples chegaram a ser presos na Região Metropolitana do Recife em agosto do ano passado, mas foram soltos dias depois. A empresa funcionava há quatro meses e chegou a movimentar mais de R$ 70 milhões. De acordo com a página companhia na internet, o escritório operava em duas salas – uma própria e outra alugada.

A Priples começou a funcionar em 1º de abril e atraiu 210 mil pessoas, prometendo lucro de 60% ao mês sobre o valor investido na hora do cadastramento. Os anúncios falavam em marketing digital, no entanto, acionada por pessoas que se sentiram lesadas, a polícia concluiu que o esquema se tratava de uma pirâmide financeira.

O sistema de pirâmide funciona da seguinte forma: quem está no topo ganha dinheiro com a entrada de novos investidores, que vão subindo até receberem também. O problema é que chega um momento em que não entra mais ninguém, e quem chegou por último não ganha nada. “Em crimes dessa natureza, estima-se que cerca de 70% ou 80% da base da pirâmide não conseguem recuperar o dinheiro investido”, afirma o delegado Carlos Couto.

Os proprietários da Priples são Henrique Maciel Carmo de Lima, de 27 anos, e a mulher dele, Mirele Pacheco de Freitas, 22 anos. A polícia apreendeu com eles três carros importados, um quadriciclo e ainda US$ 300 mil em espécie. A Justiça bloqueou R$ 70 milhões da conta da empresa.
Do G1

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